Pro lançou hoje sua campanha para as eleições portenhas com um ato no Planetário liderado pelo ex-presidente Mauricio Macri, a ex-governadora da província de Buenos Aires María Eugenia Vidal e o chefe de governo da cidade de Buenos Aires, Jorge Macri, que apresentaram oficialmente os seis principais candidatos que integrarão a lista legislativa no dia 18 de maio. Com críticas ao kirchnerismo, o partido amarelo chamou a sair às ruas e reivindicou suas administrações anteriores, ao mesmo tempo em que lançou um desafio para La Libertad Avanza (LLA). “Há muito mais do que uma motosserra em nosso conjunto de ferramentas”, alfinetou o chefe da cidade. “Estamos aqui por não vermos esta cidade como um projeto pessoal de poder”, disparou Vidal, chefe de campanha do Pro, que atuou como primeira oradora do encontro. “Como esta é nossa casa, a mudamos e melhoramos o time. Aqui está a equipe que mudou e continuará mudando a cidade”, enfatizou a ex-governadora.

“Este é o time que a defendeu e protegeu nos momentos difíceis quando vinham por tudo. O Pro e os vizinhos frearam o kirchnerismo juntos”, apontou Vidal. “Nessas eleições precisamos dar tudo para que a mudança não pare, não seja interrompida. Ninguém pode bloqueá-la. Preciso que cada um de vocês saia às ruas com algo amarelo vestido e converse com cada vizinho desta cidade, que o escute e conte tudo o que fizemos e sonhamos em fazer”.

Sob essa linha, Vidal pediu à militância que avance em uma campanha “sem insultos, alfinetadas, autoritarismo ou agravos.” E então acrescentou: “Temos que sair para proteger tudo o que fizemos daqueles que não a querem [pela cidade], os que a querem usar e não a conhecem.” Em seguida, o chefe de governo tomou a palavra e começou a enumerar o que considerava como conquistas da gestão macrista na cidade, entre as quais destacou a criação do Sistema de Atenção Médica de Emergência (SAME).

“Somos a capital mais segura da América com o menor índice de assassinatos”, ponderou Macri. “Vamos continuar combatendo o crime porque queremos que cada um de vocês esteja em liberdade”, assegurou o chefe de governo da cidade que deslizou uma crítica às fileiras de LLA. “Algumas pessoas acreditam que com palavras se resolve tudo, mas não, trata-se de fazer, transformar e esta cidade não tem nada que precise ser destruído. Há muito mais do que uma motosserra em nosso conjunto de ferramentas. Temos uma para podar árvores, quando elas caem em uma tempestade, mas temos também computadores para que as crianças estudem, bisturis e tomógrafos para cuidar e curar as pessoas e uma retroescavadora para que um bairro não seja inundado”, destacou.

“Temos um kit de ferramentas maior do que uma motosserra”, sentenciou Macri em clara alusão à recente foto que o principal candidato a legislador de LLA e porta-voz presidencial, Manuel Adorni, tirou junto com a secretária-geral da Presidência, Karina Milei, com uma motosserra na sede de Uspallata. Nesse contexto, o chefe da cidade admitiu que “esta não é uma eleição fácil”, mas uma votação “que precisamos vencer”. E no final de seu discurso incentivou: “Não nos levarão pelo caminho porque este é o espaço que defende a cidade e o caminho percorrido. No dia 18 vamos comemorar por ter defendido a cidade.”

Em seguida, Silvia Lospennato, candidata principal do Pro para legisladora, se apresentou oficialmente à militância. “Sou a mais velha de cinco irmãos, nasci na cidade de Buenos Aires, sou filha do melhor funileiro de Villa Pueyrredón, me formei na UBA. Sou mãe de Guadalupe e Agustina e sou exatamente mais uma de vocês”, afirmou a atual deputada que liderará a lista legislativa nas eleições portenhas de 18 de maio.

“Há muitos anos, quando o presidente Macri me deu a primeira oportunidade de ocupar um cargo de responsabilidade, liguei para agradecê-lo e ele disse: ‘Não me agradeça, faça bem seu trabalho porque tenho grandes expectativas em você.’ Ele colocou a barra lá em cima e todos esses anos sinto que devo a este partido manter a barra lá em cima”, assegurou Lospennato. E em clave eleitoral continuou: “Nestas eleições viemos proteger a cidade onde vivemos. Os portenhos há muitos anos entenderam que não é indiferente a forma como é gerida, que uma boa gestão garante que você e sua família vivam melhor. Viemos cuidar de tudo o que construímos e cuidar da cidade que queremos para os próximos anos”, concluiu a respeito.

Por fim, o ex-presidente Mauricio Macri assumiu a liderança da campanha e encerrou o encontro com uma série de elogios dirigidos a Lospennato e com uma forte reivindicação às origens do Pro e com um discurso no qual destacou as conquistas da gestão do partido amarelo na Capital.

Embora o ex-presidente tenha admitido que tanto Leandro Santoro, candidato na cidade pelo PJ, quanto Manuel Adorni, principal candidato do oficialismo para as eleições portenhas, lhe agradem, alertou que devem se preparar para a disputa e o debate eleitoral. “Uma tigresa foi para o campo; isto não é brincadeira. Esta é uma cidade global”, advertiu.

“Gosto dos dois. Adorni como porta-voz é criativo, mas aqui temos que ser precisos com a realidade, a mudança e todos os dias não podemos improvisar”, insistiu Macri. “A equipe do Pro está preparada para assumir este desafio monumental pela experiência e pelo que já fez. Basta andar pela cidade”, apontou o ex-presidente. Ao longo de seu discurso, o líder do partido amarelo contrastou tanto com Milei quanto com o kirchnerismo e chamou a valorizar a ferramenta do diálogo na política para construir consenso e dar sustentabilidade às mudanças. “Não se pode viver de narrativas e agravos”, sentenciou. E acrescentou: “Nunca desqualificamos aqueles que nos criticaram”.