Buenos Aires é uma capital que não deve nada a outras capitais do mundo, tanto pela arquitetura de seus edifícios históricos quanto pelos desenvolvimentos mais recentes. Em breve, a cidade estará estreando uma torre única a nível global. Projetada pelo arquiteto uruguaio Rafael Viñoly, essa torre demandou um investimento de US$30 milhões e será o local onde o empresário Eduardo Eurnekian concentrará a sede da Corporação América. “É única e a primeira em que todos os andares são compostos por vidros em peças de até sete metros, curvados. Isso não existe em nenhum outro prédio. Seus 60 metros de altura são compostos apenas por esses vidros, que vão até o terraço”, relata Ezequiel Miedvietzky, o argentino que fundou a Amarilla, a construtora responsável pela edificação do prédio. Localizado na esquina da Libertador com a Vergara, no corredor da zona norte de Vicente López, essa torre de 16 andares possui plantas entre 500 e 600 metros quadrados.
Miedvietzky ainda se lembra do dia em que Eurnekian o chamou para dizer que queria um prédio único, espetacular, mas que “o custo não seja uma loucura”. Os vidros curvos em todas as fachadas do edifício foram importados da Alemanha. Na primeira apresentação do arquiteto, surgiu a ideia de que a construção tivesse vidros curvados, com mais de seis metros de altura em média. “Naquele momento fui contundente: se nunca foi feito, seremos os primeiros. E se já existe, faremos melhor”, relembra o empresário em entrevista, que além de construir na Argentina, também constrói as casas mais sofisticadas em Miami e na Índia.
Essa torre é o primeiro e único edifício do mundo a ser construído sob o mesmo conceito do famoso cubo envidraçado da Apple em Nova York. Os painéis foram adquiridos da Sedak, o mesmo fornecedor que fabricou o icônico estabelecimento da maçã na Quinta Avenida. “O vidro está mudando a forma de construir”, afirma Miedvietzky. Ele destaca também que a colocação das estruturas de vidro foi um desafio: elas foram içadas com guindastes equipados com uma espécie de “aranha” de ventosas que as segurava. Atualmente, através da Amarilla, empresa focada em edifícios icônicos e casas de luxo, Miedvietzky está realizando várias construções na Argentina, com propriedades que ultrapassam os US$45 milhões. “As pessoas pensam que a construção é uma commodity, mas é um ato de amor”, conclui o empresário, emocionado por saber que em breve verá finalizada uma de suas obras favoritas.