O primeiro candidato da La Libertad Avanza (LLA) para deputado na cidade de Buenos Aires, Alejandro Fargosi, explicou nesta quarta-feira por que desistiu do debate com seus adversários e afirmou que o Governo o “escaneou” antes de lhe oferecer um lugar, para evitar polêmicas durante a campanha. Em meio a uma campanha eleitoral discreta que realizou na Capital, na tentativa principalmente de ser apoiado pela ministra da Segurança, Patricia Bullrich, que está como número um dos libertários pela Cidade mas para o Senado, Fargosi foi um dos primeiros a afirmar que não participaria do debate no canal TN. Esta participação não era obrigatória, estabelecida pela Justiça eleitoral, como acontece nas presidenciais, mas sua decisão lhe rendeu fortes críticas da oposição. Convencido de que a recusa em participar desta conversa não afetará seu desempenho nas eleições do próximo domingo, ele afirmou que preferiria uma discussão um a um e não com todos os candidatos portenhos. “Me dá vergonha dizer isso, porque parece que sou pedante, mas eu tenho me mantido na liderança desde o início [nas pesquisas]. Não por mérito meu, mas por mérito da LLA. E o que os debates mostram é que aquele que está na frente sofre ataques de todos os outros”, disse na Rádio La Red e acrescentou que não tinha intenção de “responder a ofensas pessoais”.
“Não é um debate obrigatório, é um negócio que respeito, é um debate jornalístico que tem valor, mas implica regras que não me convenciam, como uma multidão de pessoas. Imaginem cinco ou seis pessoas debatendo ao mesmo tempo, em uma campanha onde só se jogaram ofensas pessoais. Em vez de poder falar sobre os quatro objetivos principais da LLA, íamos acabar discutindo se há 15 anos, no Conselho da Magistratura, votou em tal ou qual coisa. Isso só serviria para uma espécie de Big Brother político com o qual não concordo”, disse Fargosi.
Além disso, ele enfatizou que não tinha “medo do debate” e destacou que aquele momento se transformaria em uma carnificina, sempre de acordo com sua opinião. “Seria para ver quem atacaria o outro com mais agressividade. E como eu não estou disposto a agredir, acabaria sendo o pato da festa”, justificou-se. Por fim, ele respondeu às polêmicas que envolveram seu espaço, liderado pelo presidente Javier Milei, durante toda a campanha, com candidatos envolvidos em problemas judiciais, tendo o caso Espert como exemplo.
Questionado se os representantes do Governo consultaram se ele tinha algum problema anterior ou algum deslize, o candidato assegurou: “Quase foi o contrário, quando ofereci me candidatar, me disseram: ‘Não se preocupe, já te escaneamos’. E eu disse: ‘Bem, mas saibam tal e tal coisa. Eu fui advogado de tais pessoas’. Porque cada um tem uma história de vida que pode ser usada com boa ou má fé. Eu me coloquei à disposição e informei. Depois há a parte da má fé, o que se chama ‘teatro’, que é inventar coisas que não aconteceram”.