Os impactos da pandemia e da crise econômica que marcaram os anos seguintes foram apenas uma parte do problema. Tanto na Cidade como na Província de Buenos Aires, os colégios históricos e os novos enfrentam um problema estrutural que se agrava ano após ano: uma queda inédita na natalidade. Trata-se de um fenômeno global que gerou uma escassez de demanda no sistema educacional, levando dezenas de escolas e jardins de infância da Área Metropolitana de Buenos Aires a fechar salas de nível inicial. Alguns ainda têm vagas desocupadas para o ano letivo de 2025, algo inimaginável tempos atrás.
Alguns estabelecimentos foram tão afetados pela falta de novos alunos que tiveram que fechar suas portas permanentemente. Esse foi o caso do Colegio San Ignacio, de Vicente López, que encerrou suas atividades em dezembro passado, assim como o Green Highland, de Flores, e o Jardín Juguemos em San Miguel, após quase 40 anos de funcionamento. Outras escolas históricas, como o Highlands College em Vicente López, o San Fernando e o Coghlan College, também enfrentaram situações semelhantes nos últimos anos.
Os fechamentos são resultado de diversos fatores, incluindo a crise econômica e a diminuição no número de alunos. A queda na natalidade atinge principalmente os jardins de infância, mas deverá se refletir no ensino primário e secundário nos próximos anos. Na Argentina, a queda na natalidade começou a se acentuar nos anos 2000 e aumentou nos últimos anos de acordo com dados do Cippec.
A situação leva a reavaliação da estrutura educacional e abre novas oportunidades estratégicas. A ampliação da jornada escolar é uma possibilidade para atender a demanda dos pais por uma educação de tempo integral. No entanto, essa realocação demanda um esforço que nem todas as instituições estão preparadas para enfrentar.
Além da queda na natalidade, a crise econômica e a necessidade de atualização da metodologia educacional e conteúdos acadêmicos têm impactado fortemente as escolas. A exigência de qualidade por parte dos pais demanda investimentos muitas vezes inacessíveis para as instituições já em situação de crise. A distribuição demográfica também mudou, com pessoas buscando locais mais espaçosos após a pandemia.