O alívio foi grande e ficou evidente, pois gritou cada gol do Boca com todas as suas forças. Fernando Gago tinha claro que era fundamental trazer uma vitória de Junín, para quebrar de uma vez por todas a sequência sem vitórias como visitante, que durava há 175 dias (a última havia sido em 19 de maio, pela segunda rodada, quando goleou o Central Córdoba por 4 a 2 em Santiago del Estero).
Mas havia mais. Já fazia três meses que o Boca não conseguia duas vitórias seguidas. E então, para que a confiança do grupo continue crescendo, não há nada melhor do que seguir o caminho das vitórias.
E um dado adicional. Já fazia quase dois meses que o Boca não marcava um gol como visitante. O último antes dos de ontem? Foi marcado por Milton Giménez contra o Racing em 14 de setembro, na derrota xeneize por 2 a 1. Depois foi só seca: 0-2 contra o Belgrano em Córdoba, 0-3 contra o Tigre em Victoria e 0-1 contra o Lanús na Fortaleza del Sur. Muita espera para não gritar como gritou Gago…
“Acho que de forma geral precisávamos vencer, mais pela construção que estamos fazendo e para continuar solidificando a ideia. E isso é mais importante para a confiança do que para o próprio jogo. Porque começamos bem, nos faltou clareza e depois nos levaram a jogar em um lugar desconfortável que conseguimos resolver no segundo tempo”, foi a primeira análise feita pelo treinador do Boca em coletiva.
Em relação ao tempo em que o Boca ficou sem vencer fora de casa, Gago resumiu: “Todas as sequências negativas são ruins por uma questão lógica, principalmente quando você está em uma instituição como esta onde necessita vencer. Mas conseguimos deixar isso para trás com o resultado e as formas”.
Sobre seu ideal de jogo em comparação ao que foi exibido pelo Boca em Junín, Pintita reconheceu: “De forma geral, gostaria de tentar dominar ao longo dos 90 minutos. Acredito que nos primeiros 20 tivemos domínio e pressionamos alto, recuperamos bolas, criamos situações. Depois cometemos erros que nos fizeram perder o controle do jogo, e nos últimos 15 minutos recuperamos autoridade e presença no ataque e conseguimos vencer. Precisamos ter o controle da partida por mais tempo. Mas hoje a equipe jogou como pretendíamos”.
Sobre a posição de Merentiel, mais afastado da área no segundo tempo, Gago explicou: “Acreditávamos, pela forma como o jogo poderia se desenvolver, que tendo o Miguel nessa zona teríamos jogadores posicionados para a construção do jogo e não tanto pelo meio. Por isso ele jogou o segundo tempo mais aberto”.
Por fim, voltou a enfatizar a importância de vencer além da sequência que foi quebrada: “Sim, é importante interromper uma sequência, mas o mais importante é construir e aplicar uma ideia. Isso, a partir do resultado, nos permite trabalhar mais tranquilos. E a partir disso ter uma equipe competitiva 100%”.
Após a vitória, o Boca agora ocupa a oitava posição na tabela com 31 pontos, muito distante do líder Vélez, e na mesma posição na Tabela Anual, com 56 pontos, cinco da zona de classificação para a próxima Libertadores e já garantido na zona de classificação para a Copa Sul-Americana de 2025.