Javier Milei, o ultradireitista, está em guerra contra os gastos públicos na Argentina e conseguiu estabelecer um novo ministério para isso. O presidente ultra criou o Ministério da Desregulação e Transformação do Estado argentino, colocando Federico Sturzenegger, ex-presidente do banco central durante o governo de Mauricio Macri, como líder. Sturzenegger faz parte do grupo de ex-funcionários macristas que consideram que o experimento liberal fracassou por ser muito tímido em sua modernização. Ele elaborou propostas para a então candidata do macrismo, Patricia Bullrich, que não venceu as eleições, mas acabou se tornando ministra de Segurança.

Milei vê Sturzenegger como um “colosso” da economia e o presidente ultra sempre teve a ideia de criar um ministério que trabalhasse na redução do Estado. Com o novo ministério, inicia-se a segunda fase da guerra de Milei contra a inflação e o déficit, focando agora em levantar as restrições cambiais que impedem a livre comercialização de divisas. O ministro Caputo, por sua vez, negocia um novo acordo com o FMI para garantir a entrada de pelo menos 15 bilhões de dólares no país.

Sturzenegger terá um papel fundamental nessa nova fase de diminuição de gastos e desmonte do Estado. Uma das primeiras medidas propostas por ele é a “Lei da Limpeza”, que busca eliminar regulamentações que atrapalham a economia. A obra pública, que está paralisada, é uma das áreas que o ministro considera que deve ser gerida pelo setor privado.

Sturzenegger abraçou com entusiasmo a guerra contra o Estado e a “casta” política, empresarial e sindical promovida por Milei. Ele celebrava o presidente ultra por ter feito mais do que aparentava e por devolver o dinheiro para as pessoas, retirando-o da política. O discurso progressista foi tachado como uma fraude e o ajuste fiscal executado por Milei foi visto como popular por devolver o dinheiro ao povo. Assim, Sturzenegger se distanciou de ser considerado um macrista moderado.