Na sexta-feira passada, Murat Yakin, treinador da Suíça, esteve no Boca Predio, em Ezeiza, para se encontrar com Lucas Blondel e avaliar a possibilidade de convocá-lo para a seleção. O lateral direito de 28 anos tem nacionalidade suíça por parte de seu pai e é uma opção que o treinador está considerando seriamente para os próximos compromissos. Em entrevista ao meio suíço Blick, Yakin destacou as qualidades de Blondel e afirmou que ele representa a garra e a mentalidade argentina, o que pode ser benéfico para o grupo suíço. A visita ao predio do Boca demonstra o interesse do selecionador da Suíça, que já havia analisado o desempenho de Blondel na liga argentina no passado.
Yakin, de 50 anos, assistiu à vitória do Boca sobre o Huracán por 2-1 na Bombonera no domingo; sua seleção terminou em último lugar no grupo na Liga das Nações em 2024. Blondel chegou ao Boca em 2023 vindo do Tigre e sofreu uma lesão nos ligamentos cruzados do joelho direito em março passado, o que o manteve inativo por aproximadamente dez meses. Seu retorno às atividades ocorreu no final de janeiro e, após sofrer uma pancada contra o Unión em Santa Fé, Blondel não foi convocado para a última partida, contra o Huracán. Apesar dessas circunstâncias, sua recuperação mantém o jogador no radar da comissão técnica suíça.
Ele possui nacionalidade suíça por parte de seu pai, Jean-Yves Blondel, nascido em Rechy, Suíça. Yves foi para a Argentina quando jovem para jogar tênis, esporte no qual alcançou a posição 546 no ranking da ATP em 1987. Em Buenos Aires, ele conheceu Mariana Borlle, uma rafaelina que estudava tradução de inglês e jogava no Buenos Aires Lawn Tennis Club. Após o nascimento de Lucas, ambos se mudaram para a Suíça, onde alguns anos depois nasceu Cloé, a segunda filha do casal.
Agora, o treinador Yakin está prestes a decidir incluir o jogador do Boca na próxima convocação, para o amistoso com Luxemburgo na terça-feira, 25 de março. A seleção suíça foi eliminada na fase de grupos da Liga das Nações da UEFA, ficando em último lugar em um grupo com Espanha, Dinamarca e Sérvia, com apenas dois pontos em seis jogos, 6 gols a favor e 14 contra.
Após visitar Manchester, o treinador Yakin, de 50 anos, continuou sua turnê pela Argentina com o objetivo de conversar pessoalmente com Blondel. “Um cara muito simpático”, declarou sobre Blondel após o encontro, onde discutiram suas perspectivas na equipe europeia.
Não muito longe do Boca Predio, o treinador da Suíça também visitou a casa da seleção argentina em Ezeiza, onde posou para fotos no vestiário local. O Boca, time onde Fernando Gago considera Blondel como titular, inicialmente não perderá o defensor em nenhum compromisso, pois o Boca não tem jogos marcados na próxima janela FIFA. No entanto, o calendário pode mudar; por exemplo, existe a possibilidade de disputar a próxima fase da Copa Argentina naquela semana, algo que a AFA costuma anunciar poucos dias antes, de acordo com a conveniência dos clubes.
A decisão está nas mãos do treinador suíço e do próprio Lucas Blondel, que terá que analisar se dá o passo para o futebol das seleções internacionais pela Suíça ou aguarda uma oportunidade na Argentina, algo que por enquanto parece pouco provável. Se for convocado e estrear pela Suíça, ele se juntará à lista de argentinos que não jogam pela sua seleção natal. Entre eles estão o artilheiro Mateo Retegui, que representa a Itália; Rogelio Funes Mori, que atua pelo México; Norberto Briasco, atacante da Armênia; e Agustín Sandez e Andrés Cubas, jogadores do Paraguai.
Se esse for o caso, o Boca terá que ficar de olho na situação de Blondel, pois se ele se tornar um convocado frequente para a Suíça, poderá perdê-lo mais adiante, nas janelas FIFA de setembro, quando haverá jogos de classificação para a Copa do Mundo de 2026. Aos 28 anos, a convocação para a lateral pode representar um salto na carreira de Blondel.