Marcelo Gallardo lamentou a derrota de River para Estudiantes de La Plata por 2-0 no estádio Monumental, mas assegurou que sua equipe se aproximou do que ele pretende em campo: “O jogo de hoje em alguns momentos me agradou. A equipe refletiu mais o que eu quero. E ainda assim perdemos. Tivemos o volume de jogo que não tínhamos nos jogos anteriores”, afirmou o Muñeco em coletiva de imprensa após a primeira derrota no torneio Apertura. O treinador ampliou o conceito: “Nos primeiros 10 minutos tivemos dificuldades. Sofremos um gol fácil. Isso poderia ter potencializado o Estudiantes, e no entanto a partir dali tomamos o controle do jogo, com melhor volume de jogo, com melhores associações. Faltou-nos no último terço, mas me senti mais satisfeito”. Mais tarde, ampliou sobre essa “satisfação” com o nível da equipe, que não conseguiu concretizar no gol adversário tudo o que insinuou e a que, nas palavras do próprio Gallardo, faltou resolver no ataque. “Faltaram-nos detalhes do último terço, mas me senti representado. Se você diz isso em um contexto de derrota pareceria que estou mentindo para as pessoas. Eu não minto para as pessoas, apesar de que depois, com a expulsão (de Enzo Pérez), o jogo se desconfigurou. E claramente quando você tem um homem a menos, você redobra os esforços e quando erra fica muito exposto. Prefiro jogadores que façam um duplo esforço e errem. Que assumam a responsabilidade de querer a bola quando está difícil e que errem aí”. Gallardo também se referiu à expulsão de Enzo Pérez, que viu o cartão vermelho diretamente por uma entrada por trás em Cristian Medina. “Ele toma uma decisão dentro de campo. Muitas vezes as emoções jogam. Às vezes a favor e outras contra. Enzo acaba tomando uma decisão que, quando vê, assimila que não era necessária, porque conversamos sobre isso. É uma jogada isolada, perdemos a bola na frente e estávamos em um ataque. O retrocesso não foi ruim. Quando comete a falta estávamos de igual para igual. Aqui jogamos em equipe. No vestiário é esclarecido tudo. Acertamos e erramos em equipe. E assim será sempre”, afirmou. Gallardo também destacou o rival e insistiu na postura dos seus de buscar, apesar do placar adverso e de jogar em inferioridade numérica: “Entramos no segundo tempo e nos dez, onze minutos antes da expulsão de Enzo Pérez eu gostava da equipe, gostava de como estávamos jogando. Contra o Estudiantes, que tem uma equipe muito boa, mas não nos feriu. Com 10 nos desconfiguramos: é difícil, ainda mais quando você precisa buscar um resultado. O time se desconfigurou a partir da posse. Foi preciso fazer algumas mudanças. Mesmo assim, o Estudiantes não nos gerou perigo até o último minuto”, lembrou. E acrescentou: “Por momentos, a equipe me agradou. Tranquilidade, porque é isso que eu quero. Infelizmente, perdemos. E fica o resultado. Não digo que estou saindo tranquilo, mas estou saindo com a convicção de que é por aí. Por momentos fizemos coisas que refletem mais o que quero”, continuou o Muñeco. Em seguida, Gallardo insistiu que sua linha de trabalho não mudará. E que os resultados, cedo ou tarde, virão: “Transmitir tranquilidade (aos jogadores). As derrotas, mesmo as vitórias, confundem. Costumam perturbar o rumo. O nosso rumo é muito claro. Temos que resolver coisas que sabemos. Sou autocrítico. Hoje precisamente, apesar desses 10 minutos iniciais em que sofremos o gol, gostei no geral do que vi da equipe. Falta resolver situações com mais frescor, precisão. Mas essa é a forma. Em relação à qualidade de jogo, acho que hoje estivemos um pouco melhores”. A suplência de Miguel Borja: “É uma decisão estritamente técnica. Nesta semana ele tinha um problema físico que o impediu de treinar normalmente. Decidi que entrasse do banco. Ele não estava mal entrando do banco. Sempre haverá algo para claramente especular de acordo com as decisões. Sou consciente de como tenho os jogadores”. A ousadia do jovem Ian Subiabre: “Ian é assim. Sua desenvoltura. Um contra um. Entrou sem timidez. Isso me agrada, me agrada. É um garoto jovem que está fazendo seus primeiros minutos na primeira divisão e é bom que tenha essa desenvoltura para jogar, porque eu amo”. A adaptação de Driussi ao futebol argentino: “Driussi continua nesse processo e é normal passar por isso depois de tantos anos fora do futebol argentino. É um jogador em quem confio: nos dará muito. Temos que ter paciência. Confio no seu potencial. E ele tem vontade de mostrá-lo. É questão de ele ir melhorando cada vez mais”. O jogo de quarta-feira em Assunção contra o Talleres pela Supercopa Internacional e o calor na capital paraguaia: “Precisamos ter frescor nesse sentido, porque vai estar muito calor, muita umidade. Vai ser igual para os dois. Quanto ao rival, tem uma boa equipe, um bom treinador. Que tem menos pontos do que mereceu neste torneio. Sempre foi um rival que nos exigiu muito nos últimos anos e não será exceção”.