River ainda não funciona e Marcelo Gallardo sabe disso. A equipe está longe de demonstrar em campo as expectativas despertadas na última janela de transferências. Após o empate sem gols com Godoy Cruz em Mendoza, o técnico ensaiou uma autocrítica: “Estamos em falta, em dívida conosco. Nós sabemos”, disse em coletiva de imprensa. E acrescentou: “Analisamos e somos conscientes da exigência que temos. É preciso continuar insistindo. Não há outra saída”. O treinador aprofundou: “Não há desculpas: simplesmente, continuar tentando. Não foi bom o que fizemos hoje. Fomos muito previsíveis no jogo, não tivemos ferocidade, agressividade na zona ofensiva para conseguir quebrar o Godoy Cruz. Isso nos faltou. O que se viu é o que se viu. Não há muito mais a dizer”, sincerou o técnico. E acrescentou: “Nos falta funcionar melhor, ter um pouco mais de criatividade. A temos por momentos, mas nos falta dar continuidade ao que queremos gerar de bom. Os jogos também se abrem com situações individuais. Quando a equipe não consegue fluir, ter a categoria para se fortalecer. Isso nos está faltando: insistir mais para chegar a concretizar”, exemplificou. No entanto, mesmo após cinco rodadas o jogo não flui, o técnico se mostrou esperançoso de que seus jogadores aumentarão o nível e a equipe aparecerá em toda sua dimensão: “É preciso continuar em busca do melhor funcionamento possível, da melhor versão possível dos jogadores para se soltarem. Quando as coisas não saem como desejamos, ou como teríamos preferido que a essa altura já estivesse tudo muito mais fluido, isso não está acontecendo. Temos que ser conscientes, realistas do que nos está faltando. Continuar buscando, continuar tentando. Temos bons jogadores. O funcionamento precisa aparecer”, aventurou. Perguntado sobre a rotação utilizada para a partida de quarta-feira, Gallardo respondeu: “Através das mudanças, consideramos a carga de jogos que está sendo disputada, para gerenciar os minutos, e que os jogadores não se lesionem. Tenho que ter essa percepção, além do que observo. E nessa busca de renovação também encontrar respostas. Porque é isso. Hoje houve mudanças e nessas mudanças o que se almeja é que a estrutura não seja prejudicada. Ou o menos possível. E que esses jogadores que não vinham jogando, aproveitem suas oportunidades. Para isso temos o elenco que temos. Depois, é preciso tentar que nessas mudanças o funcionamento não seja prejudicado. Estamos em busca”, disse o técnico. No entanto, o treinador não se esquivou das críticas. E assumiu o momento, mais complexo no futebolístico do que no numérico (está invicto, com dois triunfos e três empates). “A responsabilidade é sempre nossa. Quando a equipe não aparece ou aparece por momentos queremos dar mais continuidade”, respondeu. E deixou claro que nunca dirá publicamente o que não gosta em sua equipe: “Todas as coisas que eu acredito que estão faltando e que precisamos continuar insistindo para nos convencermos de que podemos jogar muito melhor, eu as comunico aos jogadores. Não vou comunicar a você (em referência ao jornalista que fez a pergunta). Isso sempre foi assim, pelo menos da minha parte. Venho para analisar o jogo e para me responsabilizar quando as coisas não funcionam. Amanhã volto a trabalhar com a equipe”, assegurou. E sobre o nível do time mendocino, que não deu espaços ao River em nenhum momento, Gallardo avaliou: “Quase não teve falhas defensivas, as situações que criamos foram muito isoladas, tivemos a possibilidade de fazer algum gol, mas não pela quantidade, não pela insistência, não pela agressividade”. O treinador foi claro na coletiva de imprensa: quer uma equipe mais feroz e agressiva. Mais intensa, embora não tenha mencionado o adjetivo. Pelo menos, seu River não perde. Mas ganhou apenas quatro de seus últimos 20 jogos como visitante. É seu p…