María Corina Machado se coloca em segurança e convoca marcha nacional para o sábado.

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María Corina Machado decidiu se resguardar nos últimos dias por questões de segurança, segundo ela mesma revelou em um artigo de opinião publicado nesta quinta-feira. A líder da oposição venezuelana, diante das ameaças do círculo íntimo de Nicolás Maduro, que pediu sua prisão junto com Edmundo González Urrutia, optou por ser prudente em suas aparições públicas. O chavismo as acusou de terem organizado um ataque cibernético ao sistema do Conselho Nacional Eleitoral e também ordenado a causar danos durante algumas das manifestações que ocorreram na segunda-feira em todo o país em rejeição aos resultados eleitorais suspeitos de fraude. As autoridades não apresentaram provas dessas acusações.

Em uma nova mensagem em suas redes sociais, no entanto, ela convocou os venezuelanos a sair às ruas neste sábado às 10 da manhã em todo o país. Em Caracas, eles se reunirão na avenida principal de Las Mercedes, onde González Urrutia encerrou a campanha eleitoral ao lado dela há uma semana. “Venezuela venceu e agora é hora de cobrar, e permanecer firmes, organizados e mobilizados. Com o orgulho de ter alcançado uma vitória histórica em 28 de julho e a consciência de que vamos até o final para cobrar. Este sábado, 3 de agosto, encontramo-nos em família, com nossos filhos, netos, avós em todas as cidades da Venezuela”, disse em uma mensagem postada nas redes sociais.

Machado afirmou que a concentração será em honra aos colaboradores que tornaram possível obter uma alta porcentagem de atas de votação que pretendem demonstrar que González Urrutia venceu. A opositora teve seu último ato público na terça-feira em Caracas, na avenida Francisco de Miranda, em frente à sede da ONU. Ela chegou em um caminhão de onde discursou, como fez durante toda a campanha. Após o término da concentração, ela foi assediada por equipes antimotim que dispersaram a multidão, levando um dos presentes asfixiados pelos gases até uma clínica próxima.

O governo endureceu a repressão e a violência política após as eleições. Machado manteve atividade em suas redes sociais na quarta-feira e quinta-feira. González Urrutia pausou sua atividade pública nas últimas 24 horas e esta noite escreveu uma mensagem em suas redes sociais dizendo que não abandonará os que votaram nele. Diante das ameaças do governo, ele foi convocado para comparecer ao Tribunal Supremo de Justiça – aliado de Maduro – junto com todos os candidatos que concorreram às eleições, após a solicitação de revisão dos resultados feita por Maduro ser aceita. Até o momento, não foi confirmada a presença de González Urrutia na convocação.

Maduro em suas falas na televisão pediu a prisão de ambos e de todos que protestaram contra sua reeleição. Desde o início do ano, o chavismo tem intensificado as detenções arbitrárias de mais de 30 de seus colaboradores mais próximos, somado ao assédio a qualquer pessoa que tenha apoiado suas mobilizações. “Estou preparando duas prisões para todos os fascistas”, advertiu o líder chavista nesta quinta-feira. Agora Machado desafiou isso com esse novo chamado às ruas.

Alex Barsa

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