Um confronto recente entre o presidente ultradireitista e o banco Macro tem gerado polêmica na Argentina. Javier Milei acusou a instituição de promover um golpe de mercado que resultou em um aumento abrupto nas cotações do dólar no mercado não regulado pelo Estado. Segundo Milei, essa ação visava desestabilizar o governo em junho passado, o que levou o banco central a emitir uma grande quantidade de moeda para lidar com a situação.
Após a aprovação de uma lei controversa, Milei prometeu o fim das restrições cambiais, mas o governo optou por transferir passivos do banco central para o Tesouro nacional como medida de proteção da moeda local. Esta decisão não agradou os investidores, que aguardavam mais definições econômicas.
O Banco Macro, por sua vez, decidiu ativar um seguro de recompra criado pelo governo anterior para tornar os títulos de dívida em pesos mais atraentes. Esta ação acabou gerando ainda mais instabilidade no mercado, com a cotação do dólar livre atingindo valores muito acima do mercado oficial.
Milei atribui a responsabilidade pelo ocorrido ao Banco Macro, o qual ele associa ao kirchnerismo, corrente política da qual o ex-ministro de Economia e candidato presidencial Sergio Massa faz parte. A relação do banco com figuras do kirchnerismo tem sido alvo de críticas por parte de Milei, que vê na instituição uma ameaça à estabilidade econômica do país.
Entretanto, o ministro de Economia se posicionou de forma mais moderada, sugerindo que a ação do banco teve fundamentos econômicos legítimos. Apesar das tensões entre o governo e o setor privado, as consequências desse embate ainda estão por se desenrolar completamente.