O foco das reformas implementadas na Argentina pelo presidente está na desregulamentação da economia e no desmantelamento do Estado. Além disso, seu governo tem promovido transformações profundas em outras áreas da vida social. Um exemplo dessas mudanças foi a visita inédita de deputados do partido do presidente a condenados por crimes de lesa-humanidade cometidos durante a ditadura militar. Essa visita desencadeou repúdio político e social, mas o Executivo não a rejeitou, atribuindo-a a decisões pessoais. No entanto, essa ação está alinhada com outras medidas e discursos do governo, que têm em comum o negacionismo do terrorismo de Estado e a supressão das políticas de memória, verdade e justiça.
A visita gerou críticas e pedidos de sanções, tanto de organizações de direitos humanos quanto de líderes de oposição. O deputado defendeu a visita como humanitária e justificou-a como um ato para denunciar a falta de cumprimento dos direitos humanos. O governo alegou ser uma decisão pessoal, sem apoio institucional, e terá que prestar esclarecimentos à justiça sobre o ocorrido. As políticas de direitos humanos estão entre as áreas mais afetadas pelo encolhimento do Estado promovido pelo governo, com demissões, paralisações e cortes de recursos em setores como a busca pelos netos desaparecidos durante a ditadura. Essas medidas levantam questionamentos sobre as reais intenções do governo em relação à memória, verdade e justiça no país.