Milei não é argentino.

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Tenho uma amiga argentina que sofre sempre que fala de seu país. Ela torce as mãos e as palavras se amontoam. Ela veio morar na Espanha. “Amo meu país, mas é impossível viver sob a bota de alguém sem escrúpulos que está empobrecendo a população e cortando direitos. Sinto muita pena dos meus amigos e familiares que não podem fugir dessa situação”, diz. É uma mulher culta, educada, profundamente democrata, que sofreu uma ditadura e uma crise econômica endêmica. “Ainda não entendo por que diabos meu povo escolheu um personagem desse tipo. Esse senhor passará, mas os argentinos continuarão lutando por um futuro de prosperidade, justiça social, igualdade e solidariedade. Não se enganem: Milei não é a Argentina”, adverte.

Enquanto destroem Gaza

Dias atrás, li um artigo de Pablo Ordaz intitulado “E tu, o que fazias quando destruíam Gaza?” Eu escrevi para os meus 268 contatos do WhatsApp para sair comigo para a manifestação do último sábado em Sevilha. No entanto, apenas um me acompanhou, talvez porque pensam que não adianta sair às ruas. Lembro que quando mataram Miguel Ángel Blanco, grande parte da sociedade se mobilizou, o que significou um ponto de viragem na luta contra a ETA, que acabaria por desaparecer. Um assassinato mobilizou todo um país e agora, mais de 35.000 mortos, quase 15.000 deles crianças, mobilizam apenas alguns. É incrível.

La sobreinformación es peligrosa

Às vezes sinto como se vivesse num estado permanente de crise. Você abre o jornal e lê “precariedade no emprego”; liga a televisão por um tempo e ouve falar de “crise climática”, da habitação, dos preços do petróleo ou eletricidade, da guerra… A desinformação é questionada e julgada, mas e a sobreinformação? De que forma pode a importância da quantidade avassaladora de informações impossíveis de digerir afetar nossas vidas? As vontades de ajudar, de lutar, se misturam com a desolação, a tristeza, a empatia pelo outro que apenas dilacera um pouco mais.

Cl@ve

Ontem tentei solicitar o voto por correspondência pela internet para as eleições europeias. Foi impossível, pois não é aceito o sistema Cl@ve, que costumo utilizar para me identificar perante a Administração para fazer declarações de imposto de renda e outras gestões. Faz pensar que não se possa utilizar um sistema criado pela Administração para este trâmite. Espero que o ministro da Transformação Digital reflita sobre isso e antes de 30 de maio, este sistema de identificação seja aceito.

Alex Barsa

Apaixonado por tecnologia, inovações e viagens. Compartilho minhas experiências, dicas e roteiros para ajudar na sua viagem. Junte-se a mim e prepare-se para se encantar com paisagens deslumbrantes, cultura vibrante e culinária deliciosa!