Milei só permitirá acesso à Casa Rosada a jornalistas que “merecem estar perto do presidente” – NEP

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A batalha de um político de extrema-direita contra o jornalismo se desloca agora para o centro do poder argentino, a Casa Rosada. O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, revelou que o governo está trabalhando em uma resolução para restringir o acesso à sala de imprensa e permitir apenas a entrada de “jornalistas de renome, com experiência e de veículos altamente reconhecidos”. Adorni enfatiza que os jornalistas credenciados na sede do governo argentino devem sentir que é uma honra estar na Casa Rosada cobrindo os acontecimentos do presidente. A intenção é criar uma sala de imprensa de elite, onde apenas profissionais que demonstrem que merecem estar próximos ao presidente da nação terão permissão de entrar.

Adorni realiza coletivas de imprensa diariamente na Casa Rosada, acessadas por jornalistas credenciados e aqueles que solicitam por motivos específicos, como os correspondentes estrangeiros. No entanto, há alguns meses, o governo decidiu abrir as portas também às sextas-feiras para estudantes de jornalismo, o que contrasta com a exigência de anos de experiência em jornalismo político agora imposta aos profissionais que cobrem as informações do governo.

Essa resolução não é o primeiro movimento do governo para controlar a imprensa, que tem sido um dos principais alvos dos ataques do presidente argentino. Recentemente, o governo tentou resgatar uma lei de 1944 que exigia uma matrícula da Secretaria do Trabalho para exercer a profissão. Diante do escândalo, a medida foi rapidamente revogada e a atividade jornalística permaneceu sem alterações.

Nos primeiros sete meses no poder, Milei atacou jornalistas de todas as ideologias, fazendo críticas severas e gerando um clima de intimidação no país. Organizações de direitos humanos como a Amnistia Internacional têm denunciado tais práticas, alertando para o perigo de cerceamento da liberdade de expressão.

Além disso, o presidente argentina tem avançado no fechamento e privatização de meios de comunicação públicos, considerados por ele como veículos de propaganda. A agência de notícias estatal Télam foi fechada e, após algum tempo, reaberta em outra forma. Além disso, outros canais de comunicação pública tiveram suas páginas web e redes sociais suspensas, indicando um futuro de privatização para esses meios.

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Alex Barsa

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