Milei só permitirá o acesso à Casa Rosada a jornalistas que “merecem estar perto do presidente”

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A batalha do politico ultradireitista contra a mídia migra agora para o coração do poder argentino, a Casa Rosada. O porta-voz presidencial adiantou que o governo está trabalhando em uma resolução para restringir o acesso à sala de imprensa e permitir apenas “jornalistas de renome, com experiência e de veículos altamente reconhecidos”. Adorni argumenta que os jornalistas credenciados na sede do governo argentino também devem “sentir que é uma honra estar na Casa Rosada cobrindo o que acontece com o presidente”.

A intenção é criar uma sala de imprensa de elite, com jornalistas capazes de demonstrar que merecem estar perto do presidente da nação. O porta-voz presidencial evitou responder por que o governo revogou a credencial da veterana jornalista Silvia Mercado, da Rádio Jai, mas assegurou que a decisão de credenciar um veículo “sempre foi arbitrária” e que o Executivo argentino busca mudar o sistema, buscando a “excelência”. Adorni destacou que os critérios de credenciamento incluirão o alcance do veículo, sua audiência e também características específicas do jornalista, como experiência e vínculo empregatício.

Além disso, Adorni tem realizado quase diariamente uma coletiva de imprensa na Casa Rosada para jornalistas credenciados e aqueles que solicitam para questões específicas, como correspondentes estrangeiros. Recentemente, o governo decidiu abrir as portas nas sextas-feiras também para estudantes de jornalismo. No entanto, a exigência de anos de experiência em jornalismo político para os profissionais que cobrem informações governamentais contrasta com essa decisão.

Essa resolução em desenvolvimento não é o primeiro esforço do governo para controlar a imprensa, que tem sido alvo frequente dos ataques do presidente argentino. Recentemente, o governo tentou ressuscitar uma lei de 1944 que exigia uma matrícula da Secretaria de Trabalho para exercer a profissão, mas a medida foi rapidamente cancelada após a repercussão.

Durante seus sete primeiros meses no poder, o presidente atacou jornalistas de todas as ideologias, chamando-os de “mentirosos”, “corruptos”, “ensaboadores” e outros termos pejorativos. O clima de hostilidade tem gerado preocupação sobre a liberdade de expressão no país.

Além disso, o presidente argentino tem avançado no fechamento e privatização dos meios de comunicação públicos, considerando-os como “mecanismos de propaganda”. A agência de notícias estatal Télam foi fechada e substituída por outro portal de conteúdo, resultando em demissões na equipe anterior.

Essa série de medidas têm gerado debates sobre a liberdade de imprensa no país e a relação entre o governo e os meios de comunicação.

Alex Barsa

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