A cidade de Montevidéu é encantadora em muitos aspectos, mas principalmente pela forma inteligente como os uruguaios aproveitam seu tempo. É fascinante ver as pessoas se deslocando com seu chimarrão e garrafa térmica sob o braço, parando na rambla apenas para observar o rio-mar que banha a costa, ou sentando-se em algum bar para encontrar um amigo e desfrutar de um café e uma boa conversa por horas.
No histórico Café Brasilero, frequentado por escritores como Mario Benedetti, Juan Carlos Onetti, Idea Vilariño e Eduardo Galeano, é perceptível a preservação da cadência própria da cidade em meio a tempos modernos. Os antigos boliches, tradição uruguaia de encontros e tertúlias que remonta às pulperias, ainda estão presentes e contribuem para a identidade de Montevidéu.
Os cafés centenários como o Facal, o Tasende e o Brasilero preservam não apenas sua história, mas também oferecem um menu contemporâneo com sobremesas como tarteletes de maçã e torta de limão. Além disso, são espaços de encontro onde artistas, escritores, estudantes e políticos se misturam em debates e conversas memoráveis.
A atmosfera boêmia e cultural dos antigos bares atrai tanto os moradores quanto os turistas, permitindo que se absorva a essência da alma montevideana. A convivência entre o antigo e o novo, entre a tradição e a modernidade, torna a cidade um lugar único, onde a história está presente em cada esquina.
Os cafés como pontos de encontro e discussão política, literária e artística representam um passado fervilhante e movimentado da cidade, onde grandes intelectuais se reuniam para trocar ideias e experiências. Os relatos de encontros e desencontros, amores e desamores que marcaram esses espaços transformam a visita a Montevideo em uma experiência enriquecedora.