Nora Morales de Cortiñas, uma argentina que passou a vida em busca de seu filho desaparecido pelo terrorismo de Estado em 15 de abril de 1977, faleceu aos 94 anos sem encontrá-lo. Conhecida como Norita na Argentina, ela procurou incansavelmente por respostas sobre o paradeiro de Gustavo, indo aos despachos oficiais e comissariados durante a ditadura. Mesmo após o retorno da democracia, buscou justiça sem sucesso nos tribunais militares. Nunca soube onde ele foi mantido em cativeiro ou o que aconteceu com ele. Entretanto, sempre manteve a imagem de Gustavo perto de seu coração, em uma homenagem constante a ele e à memória do povo argentino.

Operada recentemente, Nora Morales de Cortiñas permaneceu em terapia intensiva, recebendo mensagens de apoio de milhares de pessoas. A psicóloga social e docente, conhecida por sua luta incansável, teve sua vida marcada pela busca por justiça e direitos humanos em meio a uma das páginas mais sombrias da história argentina.

Nascida em Buenos Aires em 1930, Nora Cortiñas experimentou uma mudança radical em sua vida após o desaparecimento de seu filho. Abandonou a vida doméstica para confrontar a ditadura militar, unindo-se às Madres de Plaza de Mayo em suas lutas semanais por justiça. Presente em várias manifestações pelos direitos humanos, Cortiñas se tornou um símbolo de resistência e luta incansável.

Participante ativa nos movimentos feministas, Nora Cortiñas seguiu apoiando diversas causas no interior e no exterior do país. Mesmo enfrentando a dor diária da ausência de seu filho, ela se mantinha firme em seu compromisso de mudar um mundo tão injusto. Sua presença marcante nas ruas e seu discurso firme inspiraram gerações de argentinos e de defensores dos direitos humanos ao redor do mundo.

Seu legado de luta e resistência permanecerá vivo, sendo um exemplo de coragem e determinação na busca por um mundo mais justo e igualitário.