“O bairro de Belgrano, casa com telhado de telha”. A frase imortalizada por Cátulo Castillo no reflete muito a realidade atual desta área da cidade de Buenos Aires. As obras em construção se tornaram parte da paisagem e as típicas mansões estão dando lugar a torres de apartamentos. Em alguns setores do bairro, algumas ainda sobrevivem graças a alguma forma de proteção patrimonial. Mas são cada vez menos.
“As casas são lindas, mas entendo que, às vezes, são difíceis de manter. De qualquer forma, acho que deveria haver um meio termo e os novos prédios deveriam conservar um pouco da arquitetura original que caracteriza o bairro”, acrescenta. Por sua vez, Natalia Kerbabian, artista plástica, arquiteta e criadora do projeto cultural de registro de memória demolida chamado Ilustrando para não esquecer, também mora no bairro e garante que já colocou em marcha uma ilustração sobre essas casas com destino incerto.
As mencionadas casas contam com uma proteção cautelar, dirigida a proteger aqueles imóveis que representam uma referência formal e cultural da área. Esta medida busca preservar a integridade e imagem de um edifício e, de modo geral, protege a fachada, permitindo intervenções em seu interior. Segundo informações, estas casas seriam preservadas, dada sua incorporação no projeto arquitetônico que será desenvolvido no local, de forma que não correriam perigo de demolição.
Por isso, mais do que nunca é importante lembrar que o progresso não deve apagar a história e a identidade de um lugar tão especial como Belgrano.