O governo argentino declarou nesta segunda-feira o encerramento da crise diplomática aberta com a Espanha após uma troca de acusações entre os dois países. O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, afirmou em uma coletiva de imprensa que o assunto estava resolvido e não deveria se estender além do que já ocorreu, que foi apenas uma agressão e uma resposta a declarações feitas sobre o presidente da Argentina.

A origem do conflito diplomático foi um comentário do ministro espanhol dos Transportes, Óscar Puente, em uma palestra na sexta-feira: [Milei] estava em um estado que não sabemos ao certo, antes ou depois de ingerir substâncias. O escritório do presidente argentino respondeu na mesma noite com um comunicado de repúdio atacando o presidente do governo espanhol.

O comunicado também criticou as políticas internas do governo espanhol, com pontos de vista semelhantes aos do partido de extrema-direita Vox, com o qual Milei tem afinidade. Questionado em uma coletiva de imprensa sobre as informações nas quais Milei se baseou para afirmar que existe um risco para as mulheres espanholas, Adorni não soube responder.

O pedido de demissão de Puente foi feito pelo ministro do Interior da Argentina, Guillermo Francos, enquanto o ex-presidente Alberto Fernández lamentou a reação do governo argentino ao comentário do ministro espanhol. Do lado espanhol, o Ministério das Relações Exteriores expressou o repúdio ao comunicado emitido pela Argentina e sua incompatibilidade com as relações entre os dois países.

Segundo a portavoz do PSOE, Esther Peña, a resposta de Milei foi desproporcional e reflete a influência do Vox. Milei tem planos de viajar à Espanha para apoiar o líder do Vox, Santiago Abascal, mas não está confirmado se haverá um encontro entre o presidente argentino e o rei Felipe VI.