O governo da Argentina entregou ao Brasil a lista com os bolsonaristas fugitivos, investigados ou condenados pelo golpe de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, uma semana após a solicitação formal das autoridades brasileiras. Após receber o documento, a Cancillería do Brasil encaminhou para o juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, responsável pelos processos dos ataques golpistas. A lista, segundo o jornal Folha de São Paulo, contém cerca de 60 nomes, mas estima-se que haja mais brasileiros foragidos no país vizinho. Além disso, cerca de uma dezena já teria deixado a Argentina.

Na semana passada, o Brasil enviou à Argentina uma lista com 143 nomes, brasileiros que teriam quebrado as medidas cautelares, como prisão domiciliar ou uso de tornozeleira eletrônica, para fugir da justiça. O Brasil queria saber quantos deles estavam na Argentina e em que condição. Pode ser que alguns tenham solicitado refúgio, mas o governo argentino não pode fornecer os nomes ao Brasil devido à confidencialidade imposta pela lei.

Questionado sobre os bolsonaristas foragidos em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, o porta-voz da Presidência argentina, Manuel Adorni, negou a existência de um pacto de impunidade entre Javier Milei e o ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de sua notória afinidade ideológica e pessoal. A Polícia Federal do Brasil realizou uma grande operação em junho para deter 209 pessoas acusadas de violar as medidas cautelares impostas pela justiça, mas apenas 50 foram presas. Resta saber se alguns deles estão na Argentina, Uruguai ou Paraguai, os países vizinhos mais acessíveis. Por enquanto, o governo brasileiro não fez nenhuma solicitação formal de colaboração a esses países.