O “louco” Racing de Gustavo Costas montou um show de gols e dúvidas, ilude-se com a Sul-Americana e igualou uma série de 1913

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Ouvir com mais sofrimento ainda do que o 4 a 3 que expressa o resultado final, Racing conseguiu voltar a somar três pontos no torneio local contra Defensa y Justicia, um impulso necessário para a série decisiva que enfrentará a partir desta quinta-feira contra o Corinthians, na tentativa de chegar à final da Copa Sul-Americana. Esta é a 14ª vez no ano em que a Academia marca mais de três gols em um jogo, uma cifra que remonta a 1933 para ser encontrada. O time de Gustavo Costas é uma equipe que gera tantos gols quanto dúvidas.

Para este jogo, com a expectativa voltada para o confronto contra o Corinthians, Costas decidiu preservar alguns de seus jogadores-chave que fazem parte da espinha dorsal da equipe. Santiago Sosa, Gabriel Rojas e Juan Fernando Quintero, por exemplo, ficaram no banco de reservas. O colombiano entrou nos últimos 30 minutos. Enquanto Marco Di Césare (lesão muscular) e Roger Martínez (tornozelo) estão lesionados e também ficarão de fora do jogo de ida da Copa Sul-Americana.

A grande novidade foi a reaparição de Luciano Darío Vietto com a camisa do Racing. Mais de dez anos se passaram desde seu último jogo com as cores celeste e branco. Vietto voltou a pisar no gramado do El Cilindro. Mesmo em um futebol muito diferente do que ele conhecia, mostrou a mesma qualidade, embora tenha tido pouca participação.

Além das ausências, dos jogadores novos e das meias rosas usadas como parte de uma campanha de conscientização no mês internacional de combate ao câncer de mama, a melhor notícia para Racing é que encontrou parte de sua essência quando precisava enfrentar a parte decisiva do ano. Nas últimas nove vezes em que entrou em campo pela Liga Profissional de Futebol, em apenas três partidas havia marcado. Contra Defensa y Justicia, marcou três gols no primeiro tempo e foi para o intervalo com uma vantagem de 3 a 0, semelhante ao que havia acontecido três semanas antes contra o Atlético Paranaense, pela Copa Sul-Americana.

O time de Gustavo Costas, apesar de irregularidades, problemas defensivos e falta de geração de jogo, tem uma identidade: o gol. E isso se resume a um nome: Adrián Martínez. O talentoso jogador conseguiu 26 gols em 40 jogos pela Academia, mesmo quando não está em sua melhor forma para finalizar.

Dos 44 jogos disputados este ano entre Copa da Liga, Copa Argentina, Sul-Americana e Liga Profissional, o Racing já marcou mais de três gols em 14 ocasiões. Uma marca impressionante que está entre as mais altas dos mais de 120 anos do clube. O time terá que testar sua eficácia no ataque em São Paulo, para não deixar sua capacidade goleadora se tornar apenas uma anedota e continuar lutando no único torneio em que tem chances. E para isso, nada melhor do que chegar com a garganta preparada para gritar gols, além de estar ciente das fragilidades defensivas.

Alex Barsa

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