Ouvir com mais sofrimento ainda do que o 4 a 3 que expressa o resultado final, Racing conseguiu voltar a somar três pontos no torneio local contra o Defensa y Justicia, um impulso necessário para a série decisiva que enfrentará a partir desta quinta-feira contra o Corinthians, para tentar chegar à final da Copa Sul-Americana. É a décima quarta vez este ano em que a Academia marca mais de três gols em um jogo, uma cifra que remonta a 1933. A equipe de Gustavo Costas é uma equipe que gera tantos gols quanto dúvidas.
Para este jogo, com a expectativa voltada para o confronto contra o Corinthians, Cosas decidiu poupar alguns dos seus jogadores-chave que fazem parte da espinha dorsal da equipe. Santiago Sosa, Gabriel Rojas e Juan Fernando Quintero, por exemplo, ficaram no banco de reservas. O colombiano entrou nos últimos trinta minutos. Enquanto Marco Di Césare (lesão muscular) e Roger Martínez (tornozelo) sofrem lesões que os impedirão também do jogo de ida da Copa Sul-Americana.
A grande novidade era o retorno de Luciano Darío Vietto com a camisa do Racing. Mais de dez anos se passaram desde seu último jogo com as cores celeste e branco. Após passar por nove equipes distintas, Vietto voltou a jogar no Cilindro. Em um futebol muito diferente do que ele conhecia, ele mostrou que ainda tem a mesma qualidade, embora tenha tido pouca participação no jogo.
Além das ausências, dos novos nomes e das meias rosas que usou como parte de uma campanha de conscientização, a melhor notícia para o Racing é que encontrou parte de sua essência justamente quando entra na parte decisiva do ano. Nas últimas nove vezes em que entrou em campo pela Liga de Futebol Profissional, em apenas três jogos havia conseguido marcar. Contra o Defensa y Justicia, apenas no primeiro tempo, marcou três gols e foi para o intervalo com uma vantagem confortável de 3 a 0, algo semelhante ao que havia acontecido três semanas atrás contra o Atlético Paranaense, pela Copa Sul-Americana.
O ponto forte da equipe de Gustavo Costas, apesar de sua irregularidade, seus problemas defensivos e seu déficit na geração de jogo, é o gol. A partir daí, a equipe se sente confortável. Isso se reduz a um nome: Adrián Martínez. O segundo semestre de Maravilla vem com um tom mais opaco, mas os números impressionam: 26 gols em 40 jogos. Aos 15 minutos, Martínez teve a oportunidade de abrir o placar de pênalti, mas teve a cobrança defendida. No entanto, no primeiro tempo, marcou dois gols que levaram o Racing à vitória por goleada.
Dos 44 jogos disputados até o momento, a Academia de Costas já marcou mais de três gols em 14 ocasiões. Uma marca impressionante que coloca o Racing entre os clubes com mais gols marcados em mais de 120 anos de história. O gol parece ser o grande mérito desta equipe, o que lhe dá forma. E para explicar essa confortável vitória por goleada contra o Defensa y Justicia, também é preciso destacar a atuação de Gabriel Arias, com defesas que arrancaram aplausos no estádio. Agora, a Academia precisará testar sua capacidade de marcar gols em São Paulo, para continuar dando trabalho no único torneio em que ainda tem chances. E para isso, nada melhor do que chegar com a garganta preparada para gritar gols.