Uma equipe enfrenta a missão de reverter um placar de 3-0, enquanto a outra precisa superar uma equipe estelar: com as previsões contra eles, Palmeiras e Racing de Avellaneda tentarão mudar seus destinos contra Liga de Quito e Flamengo esta semana para chegar à final da Copa Libertadores de 2025.
A Academia saiu de pé da sua visita ao Rio de Janeiro na última quarta-feira, na abertura das semifinais do principal torneio de clubes da América. Gustavo Costas e sua equipe voltaram à Argentina com uma derrota de 1-0 do icônico estádio Maracanã.
A vantagem apertada dá esperanças ao Racing de reverter a série no El Cilindro de Avellaneda diante do poderoso time carioca, dono de uma das folhas salariais mais caras da América, com destaque para jogadores internacionais como Giorgian de Arrascaeta, Erick Pulgar ou Gonzalo Plata.
O confronto em Avellaneda, no sul de Buenos Aires, na quarta-feira às 21:30 locais, decidirá o primeiro classificado para a final de 29 de novembro em Lima, um encontro que o Racing aspira a participar pela primeira vez desde 1967, quando conquistou sua única estrela na Libertadores.
Mas Costas e sua equipe enfrentam vários desafios, além de terem que dobrar as joelhos diante do poderoso Flamengo de Filipe Luís, que busca seu quarto triunfo depois dos títulos de 1981, 2019 e 2022.
Sem duas peças fundamentais – os argentinos provavelmente terão que suprir a ausência do volante central Santiago Sosa, que sofreu uma fratura facial no jogo de ida, depois que seu companheiro, o zagueiro veterano Marcos Rojo, acidentalmente deu uma cotovelada em uma jogada aérea.
A ausência de Sosa, jogador-chave na defesa da La Academia, pode se tornar um pesadelo na tentativa argentina de conter o temível ataque do Flamengo, reforçado com a presença do criativo colombiano Jorge Carrascal, que brilhou no Maracanã.
Diante da ausência de Sosa, do placar desfavorável e contra um adversário de qualidade, que esperanças tem o Racing de voltar à final pela primeira vez em quase seis décadas?
O misticismo de Gustavo Costas, o treinador que levou a equipe ao seu primeiro título da Copa Sul-Americana no ano passado e que promete lutar para banhar as cores de seu time do coração de ouro.
Enquanto o Racing aposta na epopeia, o clube mais popular do Brasil está entusiasmado em repetir o desempenho de 2019, quando conquistou o Brasileirão e a Libertadores sob o comando de Jorge Jesus.
Mas o próprio Filipe Luís avisou que primeiro terão que vencer a La Academia, a quem derrotaram com uma “vantagem simbólica”, e encontrar um substituto para o centroavante Pedro, que fraturou o antebraço direito no jogo de ida.
“Tempos que esperar o melhor deles”, alertou o treinador.
No encerramento das semifinais, na quinta-feira às 21:30 locais em São Paulo, uma situação inesperada ocorrerá: o poderoso Palmeiras, último bicampeão consecutivo (2020, 2021) da Libertadores, jogará suas últimas fichas.
Grande favorito ao trono, uma candidatura firmada após passar pela fase de grupos com pontuação perfeita, o Verdão levou um golpe na visita a Quito, à casa do único time equatoriano a conquistar o troféu mais valioso da região, em 2008.
A goleada foi o último grande revés de Abel Ferreira e seus jogadores, que haviam perdido dias antes para o Flamengo por 3-2, um duelo que pode ser crucial na disputa pelo título do Campeonato Brasileiro.
“Estamos em um momento de instabilidade, mas esta equipe (…) é muito forte, já demonstrou diversas vezes que sabe como reverter partidas. Está no nosso DNA”, disse o atacante argentino José Manuel López.
A dupla entre López e Vitor Roque se apresenta como a grande carta de Ferreira para conter o ímpeto de uma Liga que, no caminho para Lima, se especializou em derrubar gigantes: Botafogo, campeão em título, nas oitavas e São Paulo nas quartas.
Além do apoio de mais de 40.000 vozes no Allianz Parque, os paulistas contarão com um aliado inesperado: a ausência por suspensão do extremo Bryan Ramírez, um dos destaques equatorianos no jogo de ida.
E com o respeito do treinador adversário, o brasileiro Tiago Nunes, que admite que seu elenco está “no limite” devido a lesões e suspensões.
“É um resultado importante (o da ida), mas não determinante”, afirmou Nunes. “É preciso ter os pés no chão, pois o Palmeiras é uma equipe que costuma reverter resultados”.