Patricia Bullrich criticou Jorge Macri por desdobrar as eleições portenhas

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A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, falou na manhã desta quinta-feira sobre dois temas relacionados ao território da cidade. Por um lado, contou como agiu na quarta-feira, quando dois diplomatas russos se trancaram em um carro para evitar um controle de alcoolemia que os agentes de trânsito da Cidade queriam realizar, sendo posteriormente respaldados pela funcionária nacional após a polêmica. Por outro lado, Bullrich criticou o chefe de Governo, Jorge Macri, por desdobrar as eleições na Capital, indicando que isso está relacionado a buscar um benefício político e manter o poder.Em relação aos russos, que finalmente se dirigiram com o carro até a embaixada de seu país e não realizaram o controle, mas foram multados, Bullrich revelou que tanto ela como o chanceler Gerardo Werthein intervieram para tentar acalmar a situação, depois de horas em que a conversa na rua de Recoleta ficou emperrada e com todos os meios de comunicação presentes.”Foi muito longo. Por isso, falando com o chanceler, nós enviamos a segurança diplomática, que tem autorização legal para trabalhar com as embaixadas, para retirar o foco da situação em que se encontrava, levar os carros para a embaixada e que a Cidade continuasse o procedimento. A Fiscalia de Flagrância não permitiu a apreensão dos carros, de acordo com a Convenção de Viena, houve respeito, em nenhum momento se entrou nos carros. Embora tenha sido um procedimento talvez um pouco longo, a Convenção de Viena não foi violada e a Polícia Federal (PFA) esteve lá apenas para que os veículos pudessem retornar à embaixada”, detalhou Bullrich, que afirmou que em todos os países do mundo as leis locais devem ser cumpridas até mesmo pelos diplomatas e confirmou que o Governo recebeu uma “nota bastante forte” da embaixada russa durante essa situação, que posteriormente foi respondida pelo Ministério das Relações Exteriores para “conversar com tranquilidade”.Nesse sentido, a ministra da Segurança considerou que os agentes de trânsito “fizeram o que tinham que fazer”, que era cumprir sua tarefa, “talvez sem conhecer” certos aspectos da diplomacia que tornaram a situação mais complicada. Bullrich revelou uma situação que surgiu no meio dessa situação com os russos. “Estamos sensíveis ao que está acontecendo com [o gendarme detido na Venezuela, Nahuel] Gallo, com a embaixada em Caracas, e não queríamos parecer desrespeitosos com a Convenção de Viena. Do ponto de vista do governo nacional, vimos isso de uma maneira mais geopolítica, enquanto a Cidade via como o cumprimento de uma norma de trânsito, o que não está errado. Então conseguimos tirar o assunto de cena e depois a juíza de flagrância da Cidade fez o que tinha que fazer. Ela disse ‘os carros não serão apreendidos’ e fez o correto e encerrou o assunto”, afirmou Bullrich na Rádio Mitre, revelando que ela mesma entrou em contato com funcionários do governo da Cidade e propôs levar os veículos escoltados até a delegação russa para reduzir a tensão. Sempre sobre essa questão, que chamou a atenção no Natal, Bullrich lamentou que os russos não tenham sido “um pouco mais abertos” e revelou que o pico de fricção ocorreu quando os agentes de trânsito da cidade pensaram em quebrar o vidro do veículo dos diplomatas, o que teria resultado em um conflito internacional, pois esse tipo de intervenção é proibida.”Eu liguei para o governo da Cidade e dei essa saída de levar rapidamente os carros para a embaixada, que ficava a duas quadras. Se não, o agente teria que ficar ali esperando, com todos os meios de comunicação olhando, a embaixada reclamando… Uma situação que precisava ser resolvida. Conversamos sobre esse assunto com o chanceler: temos uma embaixada ocupada na Venezuela, não vamos desrespeitar a Convenção de Viena porque isso pode ser usado pela ditadura de [Nicolás] Maduro. Era um assunto que ia além do controle de alcoolemia, avaliamos mais sob uma perspectiva geopolítica”.No entanto, Bullrich reconheceu que “o ideal” seria que os russos tivessem se submetido ao controle. “Os diplomatas devem cumprir as leis gerais e de trânsito; mas ao estar em um carro, pedir que saiam ou revistá-los, aí é onde ocorre a contradição”, comparou.Patricia Bullrich e Jorge Macri, enfrentados pelas eleiçõesPor outro lado, com relação à antecipação do desdobramento da eleição na cidade mencionada pela LA NACION, que será anunciada por Jorge Macri na sexta-feira, Bullrich mostrou discordância. “Eu não gosto de eleições separadas. A Argentina deve votar tudo de uma vez só. Se houver mecanismos diferentes, eles já foram testados da última vez [em 2023]”, comentou primeiramente. O que acontecerá é que em 2025 haverá votação com voto eletrônico em uma data para a Legislatura e, em outra data, com voto único para deputados e senadores nacionais.”Fazer em dois momentos é gastar mais dinheiro, é gerar desgaste na população, é duplicar a campanha, não faz sentido. Por que isso é feito? Por que as eleições são separadas? Por conveniência do político, não da sociedade. A sociedade se beneficia quando todas são feitas no mesmo dia. Como mecanismo, não gosto, é como dizer: ‘Quero manter o poder e por isso tento fazer uma eleição em que me saia melhor’. Como mecanismo ou decisão, em qualquer parte do país, não gosto”, indicou.E sob essa postura, também disse: “A Justiça precisa se mover duas vezes, as pessoas… Para quais residentes de Buenos Aires essa eleição para legisladores da Cidade pode parecer tão importante? Não é uma eleição para dizer ‘vou votar separado’. É o poder da política, não da sociedade. As pessoas dizem: ‘Já que vou votar, vou votar tudo junto’. Pode ser em urnas separadas ou juntas, mas no mesmo dia, na mesma hora, no mesmo lugar”.

Alex Barsa

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