Patrimônio artístico: Uma escola museu reabre com originais de Quinquela Martín, Roux e Perlotti

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Na Escola N° 1 Justo José de Urquiza, localizada no bairro de Flores, as salas de exposição foram reinauguradas com mais de 400 obras de arte, após um processo de restauração coordenado pelo Ministério da Educação de Buenos Aires. A atividade ocorreu na instituição educacional e contou com a participação de professores, alunos, equipes técnicas e autoridades da área. O acervo artístico inclui obras originais de Benito Quinquela Martín, Raúl Soldi, Guillermo Roux, Luis Perlotti e outros artistas argentinos. Algumas dessas peças foram retiradas para restauração por especialistas do Museu Quinquela Martín, que colaboraram no trabalho de conservação. As obras retornaram ao prédio após serem adequadamente preparadas.

As atividades começaram com um levantamento do material artístico, que faz parte da coleção histórica da escola, localizada na Yerbal 2370, em Flores. Foi feito um inventário, definidas as prioridades de intervenção e adequadas as condições de exposição. A iniciativa foi realizada no âmbito do programa Huellas de la Escuela, que auxilia instituições educacionais da cidade na preservação e valorização de bens patrimoniais.

O museu escolar foi criado em 1963 por iniciativa do artista Carlos Sprovieri, ex-aluno da instituição. Desde então, a escola reuniu uma coleção que inclui pinturas, esculturas, desenhos e documentos doados por vários artistas. Em 2007, a escola incorporou uma orientação artística em sua grade curricular.

O edifício que abriga a instituição foi construído entre 1893 e 1894 pelo arquiteto Alejandro Christophersen. A sede atual foi inaugurada em 1895. Em 1907, recebeu o nome de Justo José de Urquiza. Ao longo de sua história, a escola passou por vários traslados, suspensões de atividades e mudanças de denominação desde sua fundação original, em 1818, em San José de Flores.

A coleção restaurada inclui 42 peças que foram temporariamente transferidas para o Museu Quinquela Martín para intervenção. Entre as obras estão retratos, esculturas e gravuras. A seleção foi feita com base em critérios técnicos e de conservação.

Durante o processo, participaram professores da área de artes, restauradores, estudantes e famílias. As atividades incluíram melhorias nas condições do edifício, redesenho dos espaços de exposição e adequação do mobiliário para preservar as obras.

O museu escolar também abriga documentos escolares, livros de atas, medalhas e registros fotográficos que fazem parte do arquivo institucional. Esses materiais também foram organizados como parte da mesma iniciativa.

Com a reabertura, as obras voltam a fazer parte da rotina escolar. Algumas são exibidas em vitrines, outras em corredores e salas de aula. A organização interna prevê a rotação das peças para facilitar seu uso como recurso didático.

Essa atividade faz parte de um processo mais amplo que busca reforçar o valor patrimonial das instituições educacionais de Buenos Aires. O programa Huellas de la Escuela atua em diferentes escolas que preservam bens culturais acumulados ao longo do tempo.

A Escola Museu Urquiza foi declarada Local de Interesse Cultural em 1988. Desde sua criação, o museu integrou obras de artistas argentinos que, em diversos momentos, doaram seus trabalhos para a escola. O objetivo original do projeto impulsionado por Sprovieri era aproximar a arte dos estudantes por meio de obras reais.

Nas últimas semanas, o espaço passou por reformulações para voltar a exibir seu patrimônio. As atividades incluíram melhorias na iluminação, sinalização e condições ambientais para a conservação do material.

A reabertura contou com uma jornada institucional com a participação de alunos, professores, ex-alunos, famílias e equipes técnicas. Durante a atividade, foram realizados passeios pelas salas, compartilhadas experiências sobre o processo de restauração e apresentadas as obras restauradas. A partir de agora, a exposição está novamente disponível para a comunidade escolar e sua abertura a outras instituições educacionais que poderão visitá-la com agendamento. O museu escolar retoma assim sua função como espaço de transmissão cultural, articulado com a proposta pedagógica e com o patrimônio artístico que a escola preserva há mais de meio século.

Alex Barsa

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