Após conseguir suspender as PASO na Capital e confirmar o adiantamento das eleições portenhas para 18 de maio, o senador nacional Martín Lousteau liderou um ato no bairro de San Telmo hoje e antecipou que seu espaço estará “representado” nas próximas eleições. Com o desdobramento eleitoral determinado pelo chefe de governo portenho que abalou o tabuleiro político da cidade de Buenos Aires e aprofundou a disputa de poder entre PRO e Avanza Libertad (LLA), Lousteau decidiu entrar em cena. Ainda não decidiu se será candidato nas eleições legislativas portenhas, os parceiros do presidente do UCR especulam sobre a possibilidade do economista competir para evitar que Leandro Santoro, possível candidato da União pela Pátria, seduza o eleitorado progressista da Capital.
“Nosso espaço estará representado na Cidade. Somos a única garantia de que Buenos Aires não cairá nas mãos dos libertários de Milei nem do kirchnerismo”, destacou Lousteau durante um encontro com moradores na Casa Sergio Karakachoff. Estavam ao seu lado o presidente do UCR portenho, Martín Ocampo, braço direito de Daniel Angelici, o vice-reitor da Universidade de Buenos Aires, Emiliano Yacobitti, a titular do bloco radical na Legislatura, Manuela Thourte, e a deputada Nacional, Mariela Coletta, entre outros.
Até o momento, não está claro se Jorge Macri conseguirá seduzir os radicais para manter a aliança que PRO e o centenário partido mantêm desde 2019 na Capital, um bastião histórico do partido amarelo. O chefe portenho tem uma estreita relação com Angelici e Ocampo, que controlam a condução do UCR graças à sua parceria com Lousteau e Yacobitti. Tanto os macristas quanto os radicais não descartam manter viva a coalizão. Isso porque PRO e LLA disputarão as eleições locais de 18 de maio – quando serão eleitos 30 legisladores – e o prefeito precisa de apoio para fortalecer as chances do oficialismo. Jorge Macri deseja garantir a governabilidade em 2026, uma vez que enfrenta um cenário fragmentado na Legislatura.
A única condição imposta pelos radicais para negociar com o PRO é que não haja pacto com Milei. Hoje, Lousteau voltou a destacar suas diferenças com a gestão de Jorge Macri – eles se enfrentaram em 2023 na interna do JxC como chefe de governo -, mas evitou um tom de ruptura. “Temos uma visão da cidade. E dissemos muitas vezes que não gostamos da cidade construída pelo PRO. Há coisas que faz bem, mas acredito que não se preocupa com a educação ou a saúde”, pontuou Lousteau.
E acrescentou: “Como disse Raúl Alfonsín em 10 de dezembro de 1983, nem a crueldade atual, nem a imoralidade atual, nem a claudicação atual, garantem um futuro feliz”. Durante seu discurso, Lousteau criticou o governo de Milei, defendeu suas posições no Senado e alertou: “Escolhemos fazer política sem máscaras e com convicções”, afirmou o presidente do radicalismo. Seu mandato no Congresso termina em dezembro deste ano. Seus assessores repetem que ele ainda não decidiu se buscará renovar seu mandato ou se planeja disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.
Nos últimos dias, surgiu a informação de que Lousteau considera se candidatar nas eleições portenhas. A maioria dos dirigentes que pretendem concorrer localmente aspiram à sucessão de Jorge Macri em 2027. Para Lousteau, a cidade é um antigo anseio. Seus articuladores acreditam que precisam mobilizar seus militantes para evitar que Santoro se torne uma proposta atraente para os eleitores dos segmentos mais progressistas da Capital.
Considerando que Jorge Macri adiantou as eleições portenhas para 18 de maio – após obter aval do PJ para suspender as PASO -, os prazos para definir o esquema de alianças e as candidaturas legislativas se aceleram. Faltam cerca de 80 dias para a eleição e menos de um mês para o fechamento das listas. Por isso, Horacio Rodríguez Larreta anunciou anteontem que pretende se candidatar na Capital, e a CC, o partido de Carrió, antecipou que apresentará uma proposta própria. Lousteau entra em jogo nesse contexto.
“Não nos escondemos durante este ano difícil, nem fizemos o mais fácil que seria votar a favor de tudo ao Governo. Defendemos o que acreditamos ser o melhor para o país e a cidade desde nossa bancada no Senado, sem nos importar com as agressões que sofremos”, indicou o senador. Lousteau considerou que demonstrou “uma oposição coerente e corajosa” ao modelo de Milei. “Queremos uma sociedade em que possamos conviver sabendo que há uma sociedade melhor a ser compartilhada”, concluiu. Ayer, Lousteau tinha sido muy duro con los correligionarios de su partido y sus exsocios de Pro: lo acusó de haber sido “cómplices” del Gobierno al permitir que gestione por decreto de necesidad y urgencia. También repudió a quienes hablan de “republicanismo” y exigen “transparencia” y, al mismo tiempo, rechazan la creación de una comisión investigadora en el Senado sobre el escándalo por la criptomoneda $LIBRA, que fue difundida por el Presidente y provocó pérdidas millonarias a sus inversores.
Isso sim: evitou referirse à candidatura dé Lijo, que tiene el apoyo de Angelici y Yacobitti, aliados de ol senador en la UCR. O movimento de peças de Lousteau na Capital ocorreu após os radicais que apoiam abertamente a Casa Rosada compartilharem um ato com os ministros nacionais Patricia Bullrich, Federico Sturzenegger e Luis Petri. Trata-se dos deputados Mariano Campero, Luis Picat, Pablo Cervi e Martín Arjol, que buscam formar uma linha interna no UCR para atrair radicais para Avança a Liberdade.
Hoje, o secretário-geral da Convenção Nacional da UCR, Hernán Rossi, um aliado de Lousteau na Evolução, criticou a aliança dos “radicais com perucas” com a Casa Rosada. Segundo Rossi, a atitude desse grupo representa uma “renúncia de princípios” e uma tentativa de desvirtuar a identidade do partido. “Não defendem a educação pública, nem o federalismo. Muito menos os aposentados e menos ainda as instituições democráticas”, apontou Rossi. Considerou que os radicais libertários tentam alinhar a UCR com um governo que “despreza o papel do Estado e da política como ferramenta de transformação”.