Entre o caminhão de bombeiros, as câmeras de televisão e os agentes da polícia, os estudantes dos últimos anos do Colégio Guadalupe, no bairro de Palermo, em Buenos Aires, escapavam pela saída da instituição com o olhar baixo, alguns chorando. “Estão todos muito angustiados”, disse a avó de um deles, enquanto levava seu neto pelo braço em direção ao carro. Poucas horas antes, ele e seus colegas testemunharam a explosão de um experimento no auditório, durante a feira de ciências da escola, que deixou quatro feridos, todos atualmente hospitalizados. O mais afetado, de acordo com fontes policiais e colegas, foi um aluno de 16 anos que sofreu queimaduras no rosto e no peito. Outros dois alunos, de 13 e 14 anos, também ficaram feridos com queimaduras semelhantes, porém menos graves, assim como uma mãe, com lesões nas mãos. Segundo fontes do Ministério da Saúde de Buenos Aires, o adolescente de 16 anos que foi levado ao Hospital de Niños Ricardo Gutiérrez foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e entubado devido à comprometimento das vias aéreas superiores. Seu prognóstico é reservado. Dois dos pacientes levados ao Hospital Fernández apresentam queimaduras que afetam aproximadamente 20% da superfície corporal e serão encaminhados ao Hospital de Queimados para atendimento especializado. O restante possui lesões leves e será transferido para uma clínica particular conforme sua cobertura médica. Um dos jovens no Hospital de Queimados passou por cirurgia sob anestesia geral, segundo a chefe de plantão Valeria Fernández. Durante o procedimento, as bolhas colocadas no Hospital Fernández foram retiradas e a gravidade da queimadura foi avaliada. Isso é essencial para determinar o nível necessário de hidratação e a analgesia adequada durante a internação. Em diálogo com a imprensa, a chefe de plantão afirmou que o jovem tem 18% do corpo queimado e que as queimaduras são de gravidade intermediária, não necessitando de enxertos por enquanto. Ele terá pelo menos um mês de internação. O adolescente permanecerá na terapia infantil do hospital e, em 48 horas, deverá voltar a operar para realizar novos curativos sob anestesia geral. O incidente ocorreu durante uma feira de ciências. Ignacio, um colega do jovem gravemente ferido, contou que o grupo havia realizado o experimento cerca de 10 vezes naquele dia e que tudo transcorreu sem problemas. A vítima aplicou álcool em um fogo existente, e as chamas acabaram atingindo suas roupas. Os bombeiros retiraram todos do prédio para a segurança. Pelo que se sabe, o Ministério da Educação está elaborando um protocolo para casos de acidentes em feiras de ciências ou experimentos, com o objetivo de reduzir ao máximo os riscos. Pouco menos de uma semana antes, durante uma feira de ciências em outra instituição, um experimento com fogo resultou em uma explosão que deixou 17 feridos. A menina de 10 anos mais afetada permanece hospitalizada, porém evolui favoravelmente. Ela passou por cirurgias e intervenções médicas para os cuidados necessários.