Quem é o número 5 do River? A pergunta persiste há algum tempo. Desde a saída de Enzo Pérez, no final de 2023, e mesmo com o retorno do ícone este ano, a posição tem sido uma dor de cabeça, sem solução à vista. Por mais de um ano, nem Martín Demichelis nem Marcelo Gallardo encontraram certezas para o eixo central do jogo de uma equipe irregular. E o início desta temporada traz novamente o questionamento: após as três primeiras rodadas e enquanto o presidente Jorge Brito negocia a chegada do colombiano Kevin Castaño, hoje Enzo Pérez está no limite fisicamente, Rodrigo Aliendro jogou apenas alguns minutos, Matías Kranevitter ainda não entrou em campo e Rodrigo Villagra e Nicolás Fonseca já não estão no time.
Depois de uma tarde exigente e quente contra o San Lorenzo no último domingo, Pérez terminou com uma sobrecarga no isquiotibial direito e está em dúvida para jogar no sábado no Monumental contra o Independiente pela quarta rodada do Torneio de Abertura. O meio-campista de 38 anos foi titular em três jogos consecutivos em oito dias e acumulou 232 minutos: 73 contra o Platense, 90 contra o Instituto e 68 contra o Ciclón. Agora, Gallardo terá que decidir entre preservá-lo ou arriscar, dependendo de sua evolução ao longo da semana de treinos.
Entre as opções que o técnico do River Plate tem, o nome de Aliendro se destaca pelas escolhas recentes do Muñeco: foi ele quem atuou como volante central nos dois jogos em que Enzo foi substituído. O meio-campista de 33 anos acumula 56 minutos em suas entradas contra o Platense e o San Lorenzo e pode ser a escolha para acompanhar Giuliano Galoppo – também no limite, com dor no adutor direito – no meio-campo. Na pré-temporada, Gallardo também escolheu Aliendro para substituir Pérez na segunda metade do amistoso com a Universidad de Chile. Apesar de não ser um volante central clássico, o ex-jogador do Colón venceu recentemente a disputa contra Kranevitter, que ainda não teve minutos no campeonato e jogou apenas 45 minutos no amistoso contra a seleção mexicana.
Relegado na consideração, Kranevitter de Tucumán – contratado até dezembro – não joga oficialmente desde 30 de outubro. Naquela noite ele foi titular no empate em 0-0 com o Atlético Mineiro na volta da semifinal da Copa Libertadores, foi substituído por Villagra aos 23 minutos do segundo tempo e não voltou a entrar em campo, nem mesmo no banco de reservas. Com mais de três meses sem atividade oficial, ele hoje é o terceiro na fila dos volantes de corte e jogo. Mas, apesar de algumas propostas recebidas para sair, optou por permanecer para cumprir seu contrato.
Antes do início do Torneio de Abertura, Gallardo analisou a situação da posição no River Plate em uma coletiva de imprensa. “Estou satisfeito com o elenco e os volantes centrais. As equipes têm uma qualidade muito marcante: não são definidas por uma posição. Elas se definem como equipe, com todas as linhas bem construídas. Depois, pode haver um jogador que se destaca mais do que outro, mas é a equipe que deve funcionar”, disse o treinador. “O jogador, como qualquer um de nós, tem altos e baixos; é um ser humano. Nestas possibilidades de se ter um bom elenco, está a opção de escolher um jogador ou outro porque merece, e o outro terá que esperar para entrar na equipe quando for necessário. A equipe deve funcionar, e são os jogadores que a fazem funcionar. Eles vão se colocando e saindo com base em seu desempenho”, argumentou.
Sua declaração aconteceu após a saída de Fonseca, mas antes da partida de Villagra, que tem um acordo com o Grupo Foster Gillett em uma operação que deixará o River entre nove e dez milhões de dólares líquidos. Ainda não se sabe se ele continuará no futebol argentino (Vélez ou Estudiantes) ou irá para o exterior, mas abrirá uma vaga para o clube contratar até 12 de março, e o River já tem duas extensões do mercado após as saídas de Pablo Solari para o Spartak, de Moscou, e Agustín Sant’Anna para o Bragantino. Com essas vagas liberadas, Gallardo acrescentará Lucas Esquivel e aguardará a chegada de Kevin Castaño, meio-campista colombiano de 24 anos que está sendo alvo para reforçar uma área enfraquecida.
De pré-temporada em Krasnodar, na Rússia, Castaño foi titular na vitória por 1 a 0 sobre o Dínamo de Moscou em um amistoso em Abu Dhabi na última terça-feira. O meio-campista jogou 62 minutos enquanto aguarda o avanço das negociações: o River apresentará esta semana a primeira oferta formal de uma operação que terá um piso de sete milhões de euros, o valor pago pelo clube russo ao Cruz Azul, do México, pela ficha do colombiano no início de 2024.
O jogador está interessado na experiência no futebol argentino e Gallardo conversou por telefone com Néstor Lorenzo, o treinador da seleção colombiana, que deu ótimas referências sobre um jogador frequente em suas convocações: desde 2023, Castaño tem 16 jogos com a camisa tricolor e sua chegada a Buenos Aires o colocaria em evidência. Suas características? Dinamismo, desarme e técnica para jogar, acima de corpulência e presença física.
Com o otimismo por Castaño, a espera pela evolução de Pérez e a dúvida entre Aliendro ou Kranevitter, Gallardo continua procurando respostas em uma posição fundamental que ainda não oferece garantias. Enzo será titular durante toda a temporada mesmo próximo de completar 39 anos? Aliendro entrará para acompanhá-lo? Galoppo será liberado e outro volante será adicionado? Kranevitter terá oportunidades? Castaño chegará para se estabelecer? Perguntas, perguntas e mais perguntas a serem respondidas.