O edifício que em um passado abrigou a sede do Instituto Nacional contra a Discriminação, Xenofobia e Racismo (INADI) será palco de um leilão público de um de seus andares no próximo 1º de abril, com um preço base de US$441.895, equivalente a US$570/m². A entidade, criada em 1995 com o objetivo de promover políticas de igualdade e erradicar a discriminação, encerrou suas atividades em janeiro de 2024 por decisão do presidente Javier Milei, que ordenou seu fechamento como parte de seu plano de redução de gastos públicos.
Será leiloado um andar de escritórios de 768,62m² localizado na avenida Julio A. Roca 751, com acesso adicional pela rua Moreno. Trata-se de um imóvel exclusivo para escritórios, que conta com segurança 24 horas e acessibilidade garantida por rampa e portas adequadas para pessoas com deficiência. A propriedade, situada em um primeiro andar com altura equivalente a um segundo e meio ou terceiro devido à estrutura de seus telhados, possui nove banheiros, três cozinhas e entre 15 e 20 escritórios, salas de reuniões ou conferências. Além disso, possui dois elevadores de grande capacidade e tem cerca de 60 anos de idade.
O Ala Roca inclui uma recepção envidraçada tipo “aquário”, um amplo hall de distribuição, lavabo para deficientes e funcionários, e uma cozinha espaçosa. Possui até oito privados, alguns com janelas para uma varanda corrida, além de uma sala de reuniões e conferências com copa. Destaca-se um privado presidencial em suíte com closet, lavabo e um banheiro master suíte com hidromassagem, sauna e chuveiro. Uma extensa varanda corrida sobre a avenida Roca proporciona grande luminosidade e uma vista privilegiada.
O leilão foi ordenado no âmbito de um processo judicial por uma dívida hipotecária. O devedor nunca cumpriu com os pagamentos, levando o juiz a determinar a venda do imóvel em leilão. O evento ocorrerá no escritório de leilões judiciais, localizado na Jean Jaurés 500, na cidade de Buenos Aires. Os interessados podem visitar a propriedade nos dias 28 e 31 de março antes do leilão, e devem se inscrever no site da Corte Suprema para participar.
O edifício possui dois acessos majestosos, amplos espaços de escritório, privados configuráveis, salas de reuniões e uma varanda corrida com vista para a Avenida Roca.
O preço base estabelecido para o leilão é de US$441.895, equivalente a cerca de US$570/m². Carolina Grois, advogada especializada em sucessões e ações hipotecárias, explicou ao LA NACION que a propriedade poderia atingir um valor de mercado próximo a US$700.000. “A condição é regular, pois o devedor causou diversos danos. Não possui instalação elétrica ou gás natural, então quem adquirir terá que fazer reformas”, explicou Grois.
Além disso, a advogada detalhou que a dívida hipotecária teve origem em dois empréstimos concedidos em 2016 e que o processo de execução judicial começou em 2017. Durante o processo, o devedor tentou diversas estratégias para atrasar a resolução, incluindo a apresentação de um concurso preventivo, mesmo a única dívida sendo relacionada a este imóvel. “Foi uma batalha legal de anos, mas finalmente chegamos ao leilão, que é a única forma que meus clientes têm de recuperar o dinheiro emprestado”, afirmou.
Os compradores interessados devem fazer um depósito de 30% do valor nos cinco dias após a oferta vitoriosa. Também é importante revisar as dívidas do imóvel, pois, embora as faturas de serviços como luz e água não sejam responsabilidade do novo proprietário, as despesas comuns podem ser responsabilidade do comprador caso o valor arrecadado no leilão não cubra totalmente a dívida pendente.